Semitismo e Sionismo: quais as diferenças?

Não confundir as críticas ao atual governo de Israel com
anti-semitismo.

Não está em questão o direito à auto determinação do povo judeu.

O atual governo de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu se defende das críticas à política de massacre ao povo palestino, dizendo que os opositores ao seu governo são anti-semitas. 

Mas isso não é verdade quando, utilizando o pretexto de destruir o Hamas serve para encobrir o real objetivo de subjugar o povo palestino e ocupar Gaza e a Cisjordânia.

Nem todos os judeus aprovam o massacre promovido em Gaza, assim como nem todos os palestinos negam a existência de Israel.

É fato que a história entre Israel e os países árabes revela conflitos profundos, com ações de ambos os lados que impedem as populações de viver em paz e harmonia e decreta a perseguição histórica do povo palestino.

A resolução 181 da ONU

Resolução 181 da ONU

Em 1947 a ONU decreta a Resolução 181, o  Plano de Partilha da Palestina, com a criação de dois Estados Independentes e tornando Jerusalém uma zona internacional. Esta resolução recebeu forte oposição dos países árabes, mas foi o ponto de partida para ao criação de Israel,  com o apoio os Estados Unidos, da União Soviética da comunidade judaica Internacional. Nesta época, apenas a Inglaterra se opôs à criação de Israel, porque esta decisão ameaçava sua influência na região.

De fato, apenas Israel foi declarado um Estado Independente e o Estado Palestino nunca saiu do papel.

Em 1948, após a declaração de independência de Israel, se inicia uma guerra entre Israel e os árabes que estende a presença de israel para além das fronteiras estabelecidas pela ONU, resultando na vitória de Israel com forte apoio dos Estados Unidos e a expulsão. Durante estes combates, algo em torno de 700 mil ou 900 mil palestinos fugiram os foram expulsos de sus terras. Mais de 500 vilas e cidades palestinas foram ocupadas por Israel e o massacre de Deir Yassin, em abril de 1948 eliminou mais de 100 mil palestinos.

Estes refugiados foram para Gaza, Cisjordânia, Líbano, Jordânia e Síria e passaram a viver em acampamentos. Este massacre, conhecido como a Nakba é lembrado até hoje pelo povo palestino.

O anti-semitismo

O anti-semitismo é o preconceito, a hostilidade e discriminação contra pessoas de origem o identidade judaica. O maior símbolo do anti-semitismo foi o Holocausto e ainda hoje é a negação de que ele existiu.

Antes de mais nada, o anti-semitismo é a negação do direito de auto determinação do povo judeu.

O povo judeu tem sido perseguido ao longo dos séculos e o ataque mais brutal ocorrido até então foi promovido por Hitler durante a segunda guerra mundial. A perseguição se iniciou na própria Alemanha, justificada por uma combinação de pretextos ideológicos, históricos, econômicos e pseudo-científicos e se estendeu para os países ocupados, culminando com o Holocausto.

O anti-semitismo não foi superado. Ele está na base dos grupos políticos que negam o direito dos judeus possuirem um estado próprio e exercerem sua auto determinação.

O Holocausto mostrou como discurso de ódio, alimentado pelo poder estatal, pode levar ao massacre dos opositores. A perseguição nazista não foi baseada em fatos, mas em mentiras convenientes para consolidar poder e desviar a culpa dos reais problemas da Alemanha.

Fiquemos atentos porque esta mesma fórmula está sendo utilizada pela extrema direita no mundo contra os imigrantes e refugiados, justificando o tratamento brutal que esta população está sofrendo.

O anti-sionismo

Em sua essência, o sionismo é  movimento político e ideológico que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e a existência de um Estado nacional judeu (Israel) em sua pátria histórica, a Terra de Israel (Eretz Yisrael). Este sentimento é legítimo e foi negado por séculos.

No entanto, o movimento expansionista do Estado de Israel, com forte apoio dos Estados Unidos passou a servir aos interesses americanos de controle sobre a região e de contraposição aos movimentos árabes.

A perseguição e o massacre ao povo palestino mostram que a defesa do sionismo cumpre atualmente outras finalidades.

 

É importante que todos, incluindo os judeus residentes em Israel e nos restante do mundo, se unam para impedir que Netanyahu, apoiado desde sempre pelos Estados Unidos massacre o povo palestino, com o pretexto de  combater o anti-semitismo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Outros Artigos