O massacre do RJ e as organizações criminosas

Massacre no Rio

O massacre como o que aconteceu no Rio em 28/10/2025 não é a solução para o combate ao crime organizado.

Ações anteriores já mostraram que estas iniciativas servem apenas para reforçar na população, preocupada com o aumento da violência e a insegurança a idéia de que se combate o crime com ações letais, reforçando a máxima de que “bandido bom é bandido morto”.

O massacre de 28/10 é mais um de muitos

Chacina de Vigário Geral
Vigário Geral - 29/08/1993
Massacre do Carandiru
Carandiru - 28/10/1992
Ações policiais letais

Os governantes de direita sempre defenderam que o enfrentamento ao crime, em particular ao crime organizado, deve ser feito pela violência da ação policial. Os massacres se sucedem, mas o problema só se agrava.

No Rio de Janeiro em particular, esta tem sido a estratégia de sucessivos governos estaduais: Marcelo Alencar, Garotinho, Rosinha Garotinho, Sergio Cabral, Wilson Witzel e agora Claudio Castro, o ex-vice de Witzel.

Em São Paulo, a chacina do Carandiru aconteceu no governo de Luiz Antonio Fleury. Foram 111 mortos. Sob o comando de Tarcísio de Freitas, só na Baixada Santista foram 84.

Em todos estes anos, o crime organizado cresceu e se transformou. Do tráfico de maconha, evoluiu para cocaína, crack e outras drogas cada vez mais destruidoras e mais recentemente a adulteração de combustíveis e de bebidas, exploração de caça níqueis e mais recentemente a exploração ilegal de ouro na Amazônia, com a ocupação violenta das terras indígenas.

Das milícias, nascidas no Rio de Janeiro, herdaram a exploração da população pobre com venda de gás, Gatonet, pedágio para o pequeno comerciante e outras formas de exploração.

Mais recentemente, outras formas de exploração. mais sofisticadas, foram incorporadas. Segundo o presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as organizações criminosas, principalmente o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho, “ganham mais dinheiro com outras atividades do que só o tráfico de drogas. 

  • tabaco e cigarro: R$ 10,3 bilhões
  • ouro: R$ 18,2 bilhões
  • bebidas: R$ 56,9 bilhões
  • combustíveis e lubrificantes: R$ 61,4 bilhões

Mas a resposta tradicional continua sendo a mesma: invasão das favelas, uso indiscriminado da força e muitas vezes a morte de pessoas inocentes. Nestes confrontos, as forças policias também têm suas vítimas, como aconteceu na recente invasão do Complexo do Alemão.

Como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável abordam a questão da Segurança?

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Os objetivos de Desenvolvimento Sustentável dedicaram um capítulo destinado a promover a justiça social e paz, abordando uma série de assuntos, incluindo o combate ao terrorismo, ao crime organizado e à corrupção.

O Brasil é signatário dos ODS e definiu seus objetivos e metas:

  • Até 2030, reduzir significativamente os fluxos financeiros e de armas ilegais, reforçar a recuperação e devolução de recursos roubados e combater todas as formas de crime organizado.
  •  Reduzir substancialmente a sonegação fiscal, a corrupção e o suborno em todas as suas formas.
  • Assegurar o acesso público à informação e proteger as liberdades fundamentais, em conformidade com a legislação nacional e os acordos internacionais.

  • Reduzir significativamente todas as formas de violência e as taxas de mortalidade relacionadas, em todos os lugares, inclusive com a redução de 1/3 das taxas de feminicídio e de homicídios de crianças, adolescentes, jovens, negros, indígenas, mulheres e LGBT.

  •  Proteger todas as crianças e adolescentes do abuso, exploração, tráfico, tortura e todas as outras formas de violência.

Em resumo, a abordagem no combate ao crime organizado precisa ser atualizada para as suas novas características e dentro de um movimento articulado internacionalmente.

Como visto anteriormente, hoje o crime organizado vai muito além do tráfico de drogas e existem indícios cada vez mais consistentes de que que ele se infiltra nos organismos de Estado das mais diversas formas:

  • Desvio de dinheiro público
  • Venda de sentenças judiciais
  • Transporte público
  • Adulteração de combustíveis
  • Jogos ilegais e contravenção
  • Concorrências públicas fraudulentas
  • Lobbies e aproximação junto a dirigentes públicos em todas as esferas do poder.
 
É cada vez mais claro que a desigualdade social e discriminação e isolamento das camadas mais pobre da população são motores da criminalidade. Parte da população pobre não vê no ordenamento social um caminho para seu progresso e prosperidade, tornando-se presa fácil das diversas formas de crime.
 
Este é o caminho para uma sociedade onde aas pessoas possam viver em paz e harmonia. para chegar lá, além de promover a justiça social, é necessário um combate sem fronteiras à corrupção à proximidade entre o Estado e o crime.

O eixo da ação: atacar o comando das organizações

Operação Carbono Oculto

O combate às organizações criminosas não precisa ser à base de banhos de sangue.

Como toda ação federativa, ele precisa contra com a colaboração das entidades envolvidas: Policia Federal, Receita Federal, Ministério Público, Polícias Estaduais e Secretarias de Segurança. Parta isso é necessário um conjunto de estruturas e processos de integração federativa.

Em 2018 foi criado o Sistema Único de Segurança Pública, com o  objetivo de estabelecer uma doutrina nacional e diretrizes comuns para integrar as ações de todas as forças de segurança no país, da União, dos estados e do Distrito Federal. No entanto, sua implementação encontrou uma série de obstáculos:

  • Fragmentação Estadual: O maior obstáculo. Cada um dos 26 estados e o DF tem suas próprias Polícias Civil e Militar, com culturas, procedimentos e orçamentos independentes. Coordená-las é um enorme desafio.

  • Questão do Ciclo Completo: O modelo brasileiro separa a polícia que investiga (Civil) da que prende (Militar). O SUSP defende o “ciclo completo”, mas mudar essa estrutura exigiria Emenda Constitucional e enfrenta forte resistência corporativa.

  • Financiamento: A lei criou o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), mas os recursos são limitados e a dependência dos orçamentos estaduais é grande.

  • Mudanças de Governo: A política de segurança pública é muito sensível a mudanças de governo federal, o que dificulta a continuidade de programas de longo prazo. Por sinal, este é o principal obstáculo ao desenvolvimento de projetos de país.

  • A Crise do Sistema Prisional: A superlotação e a má gestão dos presídios são um componente crítico da segurança pública que o SUSP ainda não conseguiu resolver de forma eficaz.

 Desde a sua criação, o conflito de interesses entre as entidades participantes e os lobbies que agem nas esferas estaduais e federal impediram sua plena implementação.

Últimas ações do Governo Federal

Em 30/10/2025, o Governo Federal enviou ao Congresso Nacional a Proposta de Emenda Constitucional (PEC da Segurança Pública), com o objetivo de dar andamento à implantação do SUSP, em função do crescimento do crime organizado no país.

Esta proposta foi recebida com forte reação na Câmara dos Deputados e que contou com a colaboração ativa dos governadores que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro. O pretexto: a PEC invadiria as prerrogativas dos governos estaduais, demonstrando o quanto é difícil superar a fragmentação estadual, uma das maiores deficiências do nosso sistema, frente a organizações que já se transformaram em nacionais e transnacionais.

A PEC não resolve, acho que isso ficou claro para todo mundo. Não traz medidas relevantes. Há dispositivos que representam risco de perda de autonomia dos entes, que ninguém vai topar.

Respondendo ao massacre ocorrido no Rio de Janeiro e suas consequências, o Governo Federal enviou ao Congresso ao Projeto de Lei Antifacção, modificando da Lei de Organizações Criminosas, com o objetivo de caracterizar juridicamente os crimes de organizações criminosas e elevar a penas para os dirigentes destas organizações. 

O objetivo principal é asfixiar o crime organizado a partir da sua direção, permitir o sequestro imediato dos bens dos criminosos e além de caracterizar o PCC e o CV, ele também enquadra as milícias, entidades de características paramilitares nascidas no Rio de Janeiro e que hoje disputam territórios com o CV.

Também este projeto encontra no Congresso e nos governadores apoiados por Bolsonaro e o Centrão, forte resistência.

Quais seriam os motivos?

A cúpula do crime e as nossas elites

Nos dias de hoje, a criminalidade se amalgama a operações aparentemente honestas, como as investigações em curso tem demonstrado: Fintechs para lavar dinheiro, CACS para a venda de armas e munições, transporte público….

Faz parte da nossa cultura a proximidade das elites detentoras do poder com os poderosos da contravenção e dos crimes que envolvem desvio de dinheiro público, prevaricação, tráfico de influência e outros crimes.

Não é à toa que a sabedoria popular diz que o brasileiro gosta de “levar vantagem em tudo”. Este traço da nossa cultura está diretamente ligada aos seguintes fatores:

  • Instituições fracas e corruptas.

  • Desigualdade social profunda.

  • Leis percebidas como injustas ou alheias à realidade.

É um comportamento aprendido e reproduzido em um ambiente onde a rigidez das regras formais nem sempre é recompensadora e, pior, pode ser punitiva para quem as segue à risca. Superar essa percepção e sua prática negativa está intimamente ligado ao fortalecimento das instituições, à redução da desigualdade e à construção de uma cultura de ética e cidadania onde o cumprimento da lei seja visto como vantajoso para todos.

Criminosos tratados como celebridades

Bernardo Bello

Faz muito tempo que as lideranças da contravenção, responsáveis por inúmeros assassinatos e corrupção de agentes públicos, são tartados como celebridas no Carnaval do Rio de Janeiro. Neste exemplo Bernardo Bello, sucessor de Miro Garcia após as mortes de Maninho, Mirinho e Bid Garcia, posa como direttor da Unidos de Vila Isabel. 

Shanna Garcia, acusa Bello de ser o mandante de um atentado sofrido por ela em 2019, quando foi atingida por dois tiros em frente a um centro comercial também na Barra da Tijuca.

Senador e Virginia

Atualmente, as celebridades são “influencers”, escalados para patrocinar qualquer tipo de produto, não importando se são atividades criminosas ou não, como Bets, Tigrinho ou Jóias.

TH Joías, Preso pela venda de armas ao CV, é a celebridade festejada por MC Poze, Ludmila, Vini Jr., Neymar, mas também por Peixão, do Terceiro Comando Puro (TCP).

Na sua esfera de influência também estão o governador do Rio de Janeiro (aquele que afirmou que a matança de 121 pessoas foi um sucesso) e a cúpula da polícia do Rio de Janeiro.

Por que a extrema direita mantém a estratégia de massacre?

Trair o pais

A Santa Aliança (Tarcisio, Zema, Ratinho, Caiado), reforçada pelos governadores de Santa Catarina, Rio de Janeiro e Distrito Federal, quer obter votos para as eleições de 2026, manipulando o medo e a insegurança da população.

E o massacre sensacionalista no Rio de Janeiro foi um importante reforço neste sentido.

Ao mesmo tempo que impedem que o governo federal incentive o movimento coordenado em todo o país no combate ao crime organizado, recusando a PEC da Segurança Pública, criam o denominado “Consórcio da Paz“. Esta organização envolve os governadores politicamente alinhados com a Santa Aliança e elege a matança do Rio de Janeiro como um sucesso a ser replicado nos demais estados.

É a manutenção da velha política de segurança que elege as favelas como o epicentro do crime, enquanto as lideranças do crime organizado se infiltram cada vez mais nos organismos de Estado (Câmaras de Vereadores, Assembléias Estaduais, Ministério Público etc.) e criam uma rede de convivência com lideranças políticas.

As investigações têm mostrado que o tráfico de drogas se tornou uma fração minoritária do faturamento do crime organizado e que à medida em que sofistica sua ação, modalidades cada vez mais próximas do poder do Estado se desenvolvem:

  • Máfia do transporte urbano
  • Máfia dos combustíveis
  • Cigarros ilegais
  • Exploração do portos

E com isso, a proximidade com o poder se torna explícita.

Na época da Guerra Fria, era o medo do Comunismo. A intervenção em países independentes, como aconteceu na América Latina na década de 1960, o patrocínio de ditaduras e governos subservientes ao grande capital era justificado por essa ameaça. A falência da União Soviética tornou esta ameaça algo muito abstrato, que já não contagia mais as gerações mais jovens.

Mais recentemente, os Estados Unidos elegeram o combate ao terrorismo como o inimigo a derrotar. Foi a justificativa usada para isolar o Irã, invadir o Iraque e o Afganistão. Esta estratégia se mostrou desastrosa. Uma fornutura queimada, milhares de soldados mortos ou feridos e uma derrota humilhante.

Trump elegeu um novo inimigo: o Narco Terrorismo

Claudio Castro usa o massacre como fato político

Claudio Castro
Claudio Castro e TH Joias

Marcado pelas evidências de corrupção, tráfico de influência e abuso de poder econômico nas eleições de 2022, o governo de Claudio Castro vinha enfrentando aumento da sua rejeição no Rio de janeiro.

Então ele  lança mão da mega operação de matança nas favelas do Rio de Janeiro. Em momento algum ele explica sua relação próxima com o deputado traficante de armas para o CV.

 Sua atitude foi planejada e atendia a dois objetivos:

  • Criar um fato político que trouxesse para o primeiro plano da cena o assunto qiue aterroriza a população brasileira: a violência e a criminalidade.
  • Criar o pretexto necessárioo para que a extrema direita trabalhasse para qualificar o crime organizado no Brasil como Narco terrorismo.

Sua ação foi bem sucedida no primeiro ponto. Causou comoção nacional e reforçou o mito de que äbndido bom é bandido morto”.

No segundo, já não obteve o sucesso esperado, mesmo com as preparações preliminares e os esforços posteriores. Claudio Castro tentou concretizar o esforço de alinhamento da extrema com o Goverrno Trump na política para a América Latina.

Imediatamente após a ação da polícia do Rio de janeiro, os governadores de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal saem em apoio a Castro e a sua mega operação, se reunem e sugerem o “Con’sorcio da Paz”, uma articulação que não definiu seus objetivos e sua forma de atuação enunca mais se reuniu.

Tarcisio trabalha para embaralhar as cartas

O governador de São Paulo, o mais forte candidato da direita a ganhar as eleições de 2026, apoiado pelo Centrão e pelo Bolsonarismo, procura se aproveitar do medo e da insegurança causada pela crise de criminalidade no país para alavancar sua candidatura, ao mesmo tempo que evita que as investigações atinjam os domínios da Faria Lima.

Em acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta, manda seu Secretário da Segurança Pública assumir o cargo de deputado federal para relatar a PEC antifacção. O Capitão Derrite chegou ao congresso com um relatório alternativo ao projeto de lei elaborado pelo governo federal, que restringia o poder operacional da Polícia Federal, deixava de caracterizar as fações criminosas e tentava igualá-las a organizações terroristas (por que será?). Nenhuma palavra sobre a PEC da Segurança Pública e a articulação nacional das ações.

A reação das entidades jurídicas e da opinião pública, Derrite foi obrigado a modificar seu texto por duas vezes em 48 horas, aceitando ao final o direito de atuação da Polícia Federal e deixando de enquadrar as organizações criminosas como Terroristas. 

Tarcisio e seus amigos sentiram o golpe e correram pra Brasília para parabenizar Motta e o Capitão e tentar esconder a derrota que sofreram. O importante é que esta derrota mantém a Polícia federal no centro do combate ao Crime Organizado e recolocar na ordem do dia a centralização das aç˜ões em nível nacional.

Porque caracterizar o Narco Terrorismo na América Latina

EUA e o Narco Terrorismo

Na época da Guerra Fria, o pretexto da intervenção dos Estados Unidos nos diversos países do mundo era baseado no medo do Comunismo.

A intervenção em países independentes, como aconteceu na América Latina na década de 1960, o patrocínio de ditaduras e governos subservientes ao grande capital era justificado por essa ameaça. A falência da União Soviética tornou esta ameaça algo muito abstrato, que já não contagia mais as gerações mais jovens.

Mais recentemente, os Estados Unidos elegeram o combate ao terrorismo como o inimigo a derrotar. 

Foi a justificativa usada para isolar o Irã, invadir o Iraque e o Afganistão. Esta estratégia se mostrou desastrosa. Apesar de imensas despesas militares, milhares de soldados mortos ou feridos e uma derrota humilhante, os Estados Unidos foram obrigados a se retirar desses territórios.

Trump elegeu um novo inimigo: o Narco Terrorismo, que ameaça a grande América, com a invasão de drogas. Este pretexto foi usado para elevar as tarifas apra o México, o Canadá e até para a China.

Maiores reservas de petróleo

O ataque à Venezuela, além de fazer parte da visão de America Great Again, com a anexação do Canadá, da Groenlândia e o controle do “Golfo da América“, é parte de um movimento bem mais abrangente. A Venezuela é o maior depósito de petróleo do mundo e um país importante da América Latina, que no momento está fora da influência dos Estados Unidos e com grande proximidade com a China e a Rússia.

Controlar estas reservas estratégicas é fundamental para Trump, que negou a migração para matrizes energéticas limpas.

Portanto para Trump, pressionar o governo Venezuelano para que um novo governo alinhado aos seus interesses chegue ao poder é fundamental.

O alinhamento da Santa Aliança a Trump

Para o movimento que visa eleger Tarcísio de Freitas como presidente, a subserviência à política de Trump é estratégica. É um plano para exterminar a política de multilateralismo comercial, reduzir a participação do Brasil no BRICS, fortalecer os interesses do capital americano no país e recolocar nosso país na esfera de influência dos Estados Unidos.

Assim como acontece na Venezuela, seria um elemento importante de pressão sobre o governo Lula, visando as eleições de 2026.

Sob este ponto de vista, a derrota de Tarcísio e dos governadores no PL Antifacção é muito importante. Significa que a defesa da nossa soberania continua na ordem do dia.

Próximos desdobramentos

A Polícia Federal poderá continuar as ações que estrangulam os caminhos do dinheirto das organizações criminosas e a justiça continuará a ação contra os desvios de dinheiro público (R$ 50 bi em emendas parlamentares e obras superfaturaddas).

Estará aberto o espaço apra que o governo federal demonstre a importância de unificar o combate às organizações criminosas em todo o país, reduzindo a margem de manobra dos políticos comprometidos com o crime e defensores do banho de sangue de pobres e favelados como forma de combater o tráfico de drogas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Outros Artigos