A ditadura de1964 é um fato sombrio da nossa história, que nunca deve ser esquecido.
Foi parte de um movimento que atingiu outros países da AL, financiados pelo governo americano.
A ditadura de 1964 é uma mancha sombria no passado recente de nosso país, que algumas forças políticas querem ressuscitar. Mais uma vez, as elites políticas do nosso país, apoiadas pelos Estados Unidos, se movimentam para impedir que as principais necessidades da maioria da população sejam atendidas.
Países onde foram aplicados golpes militares na América Latina:
- Paraguai – de 1954 a 1989 – Alfredo Stroessener
- Chile – de 1973 a 1990 – Augusto Pinochet
- Argentina – em 1966 e depois de 1976 a 1983 – Jorge Rafael Videla
- Bolívia – de 1964 a 1980 – uma sequencia de golpes militares e governos autoritários apoiados pelos militares
- Brasil – de 1964 a 1985
A Operação Condor
A Operação Condor foi uma ação repressiva conjunta, estruturada oficialmente em 1975 no Chile, envollvendo os representantes das ditaduras do Chile, Argentina, Brasil, Bolívia e Uruguai, apoiada e financiada secretamente pelos Estados Unidos.
“A Operação Condor, formalizada em reunião secreta realizada em Santiago do Chile no final de outubro de 1975, é o nome que foi dado à aliança entre as ditaduras instaladas nos países do Cone Sul na década de 1970 —Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai— para a realização de atividades coordenadas, de forma clandestina e à margem da lei, com o objetivo de vigiar, sequestrar, torturar, assassinar e fazer desaparecer militantes políticos que faziam oposição, armada ou não, aos regimes militares da região”, descreveu a Comissão Nacional da Verdade.
Em 27 de julho de 2015, a reunião do Mercosul assinou uma declaração onde afirma:
“Hoje, com a consolidação do MERCOSUL como espaço para a integração não apenas econômica, mas também social e política, os Estados reafirmam seu compromisso de promover a memória, a verdade, a justiça e a defesa dos direitos humanos na região.”
Os Estados Unidos e as ditaduras Latino Americanas
Documentos secretos do governos americano começaram a ser divulgados a partir do governo de Bil Clinton. Foi possível comprovar então aquilo que já se sabia: os Estados Unidos participaram da articulação das ditaduras Latino Americanas.
Após a revolução cubana de 1959 e a crise dos mísseis, os Estados Unidos decidiram reforçar sua influência na América Latina, apoiando golpes de estado e a instalação de governos militares.
A nova face do Autoritarismo
Steven Levitsky e Daniel Ziblatt lançaram em 2018 o livro “Como as democracias morrem”.
Eles descrevem um processo cada vez mais comuns em diversos países e aplicado no Brasil e agora nosEstados Unidos, de corroer a democracia “por dentro”. Governantes de perfil autoritário utilizam o descrédito da maioria da população com as instituições para fragiliza-las, estabelecendo controle sobre o judiciário, o legislativo e o próprio executivo. Desta forma, os governos autoritários se estabelecem sem a necessidade de golpes militares ou rebeliões armadas.
Conquistado o domínio sobre estas instituições o autoritarismo se estabelece e passa a ditar as regras, aniquilando qualquer tipo de resistência. Esse é o processo em curso nos Estados Unidos com o governo Trump. Em seu primeiro mandato, estabeleceu o controle sobre a Suprema Corte. Com uma campanha de mentiras insuflou a população descontente, conquistou o governo e a maioria no Congresso e agora parte de maneira feroz para destruir conquistas sociais históricas, perseguir as minorias e imigrantes e privilegiar a elite tecnológica do país (Elon Musk e Mark Zukerber na linha de frente).
A nova face do autoritarismo no Brasil
As revelações da Intercept Brasil mostraram que a Operação Lava-Jato tinha como objertivo impedir a candidatura de Lula, abrindo caminho para a vitória de Jair Bolsonaro.
Em sua campanha, Bolsonaro dizia, sem provar quer havia fraude nas urnas eletrônicas e que ele era a opção “contra a política”.
Durante todo o seu governo procurou controlar o congresso e calar o STF com ataques e ameaças. Diante da possibilidade de enfrentar Lula nas eleições de 2022, Bolsonaro e sua turma deram início a uma série de ações com o objetivo de controlar o poder e assegurar a continuidade de seu mandato, a força, se necessário.
Seus planos não deram certo, Lula foi foi eleito e as tentativas de um golpe fracassaram. Bolsonaro e seus colaboradores vão virar réus e podem vir a se presos.
Mas seus esforços não terminaram. A Extrema Direita autoritária conquistou um peso significativo no conti Congresso e conta com o flerte oportunista do Centrão para continuar o desgaste da democracia e das instituições.
Com a vitória de Trump, parte da ala Bolsonarista se instalou nos Estados Unidos e conspira para influir nos resultados das eleições de 2026. O objetivo: terminar o que nãso conseguiram no mandato anterior, agora impulsionados pela onda autoritária nos Estados Unidos e na Argentina.
Sem Anistia é o caminho para Ditadura Nunca Mais
Lutar pelo julgamento e condenação dos responsáveis e organizadores das tentativas de golpe contra a nossa democracia é o caminho prático para evitar que o Autoritarismo continue tentando destruir a Democracia no Brasil.
Essa é uma batalha pela qual todos que prezam pela democracia e nossa liberdade devem cerrar fileiras.
