
O oligopólio das comunicações, dominado por um punhado de mega empresários significa um risco para as populações de todo o mundo.
As palavras de Musk explicitam o risco
Musk: “Se eu desativasse a Starlink, o exército ucraniano entraria em colapso”
O professor Paulo Yazigi Sabbag define o atual governo Trump como uma Plutocratica (pluto + cracia = governo dos ricos). Ele diz: “Quando o novo presidente dos EUA coloca em posições chave bilionários como Ellon Musk e é decididamente apoiado por Mark Zuckerburg, Timothy Mellon, Miriam Adelson, Stephen Schwarzman (da Blackrock) e Peter Thiel (do Paypal), sem esquecer de Jeff Bezos, a dúvida se esclarece: os EUA são uma verdadeira e vistosa plutocracia. Há dezenas de partidos, mas apenas dois, muito parecidos, se revezam no poder; lobbies criam uma bancada enorme, leal e permanente.”

A questão é que Elon Musk e Mark Zuckerberg praticamente monopolizam as redes sociais (X, Facebook, Instagram, Whatsapp etc.) e detém a capacidade de influenciar países e governos. A liberdade de expressão passa a ser controlada pelo crivo das redes de satélites e fibra ótica e pelos algoritmos de suas redes socias. Mais do que isso, eles agora são “governo“.
Meta e a rede mundial de fibra ótica

A Meta anunciou o Projeto Waterworth envolve um cabo submarino de 50.000 km (31.000 milhas), que é maior que a circunferência da Terra.
Seu objetivo, garantir o tráfego de redes nos 5 continentes. Sua rede passaria a ser maior que a do Google.
A rede mundial do Google

“O Google opera diversos cabos submarinos ao redor do planeta. É a maior rede privada do mundo, por onde passam 25% do tráfego de internet — e ela vai ficar ainda maior.
Até 2019, o Google terá três novos cabos subaquáticos de fibra óptica, ligando áreas do Oceano Pacífico até o Mar do Norte, onde os concorrentes não têm projetos similares.
Vale lembrar que o Google tem quatro cabos no Brasil:
- Monet tem mais de 10 mil km e conecta as cidades de Santos (SP) e Fortaleza a Boca Raton, na Flórida (EUA);
- Tannat tem 2 mil km e liga Santos a Maldonado (Uruguai);
- Seabras-1 atravessa 10,8 mil km e liga Praia Grande (SP) a Nova York;
- Júnior tem 390 km e vai do Rio de Janeiro até Praia Grande.
Na última década, o Google ajudou a construir oito cabos submarinos no total, e está preparando mais três. Eles querem ampliar sua presença em computação na nuvem; Amazon e Microsoft estão na frente em se tratando de receita.”
Fonte: Felipe Ventura – Tecnoblog – 12/03/2025
Starlink e a rede mundial de satélites

Segundo a BBC, em artigo publicado em 01/08/2022, Elon Musk disponibilizou o Starlink na Ucrânia imediatamente após o início da invasão. Cerca de 15 mil kits de antenas e roteadores do Starlink foram enviados para o país.
“O Starlink manteve muita coisa no ar, como serviços públicos e governo”, diz Chris Hall. “Os russos não encontraram uma maneira de desativá-lo.”
O serviço também foi usado no campo de batalha.
“As forças ucranianas estão usando o Starlink para comunicação, por exemplo, entre o quartel-general e as tropas em campo”, diz Marina Miron, pesquisadora de estudos de defesa do King’s College London.
“Seus sinais não podem ser bloqueados como os sinais de rádio comuns, e leva apenas 15 minutos para configurar o kit.””
Em matérias recentes foi divulgado que os custos inicias dos serviços ficaram por conta da Starlink, mas posteriormente, eles passaram a ser pagos pelo Ministério da Digitalização da Polônia, a um custo de USD 50 milhões por ano.
As redes sociais e a vida das pessoas

Com seus aspectos positivos e negativos, as redes sociais fazem parte da vida das pessoas em todo o mundo.
Quem não tem sua conta no Instagram, Facebook, X ou Whatsapp?
Quanto das comunicações e informações entre pessoas e empresas circulam nestas redes a cada instante?
E quem são os detentores destas redes? Sim: Elon Musk e Mark Zuckerberg, recém cooptados para o governo Trump (a verdade é que não sabemos quem cooptou quem).
Estas redes não são neutras e dedicadas a interesses sociais. Elas são administradas para obter lucro, informação e poder. É possível dizer que estas redes usando seus algoritmos e aplicando Inteligência Artificial já conhecem mais de nós que nós mesmos. Direcionadas para interesses de uma plutocracia, sem qualquer controle de entidades reguladoras, se transformam num instrumento de controle nunca visto na história da Humanidade.
Já existem sinais evidentes de que os tecno trilionários querem interferir nos destinos do mundo.
Um exemplo é a participação de Musk em defesa da extrema direita na Alemanha. Segundo a CNN, em uma conversa com a candidata da AfD para chanceler, Alice Weidel, ele reiterou declarações anteriores de que acredita que a sigla é a “melhor esperança” da Alemanha na eleição em 23 de fevereiro, para a qual o partido está em alta nas pesquisas.
“O futuro da civilização pode depender desta eleição”, pontuou Musk.
O confronto com as instituições no mundo
Os confrontos de Elon Musk com as instituições em diversos países só crescem e devem se tornar ainda mais graves com o apoio do governo Trump:
- Austrália – O governo australiano ordenou que o X impedisse a circuilação de vídeos de um ataque à uma igreja em Sydney. Elon Musk acusou o governo de censura à liberdade de expressão
- União Européia – A UE iniciou uma invstigação ao X para apurar a propagação de conteúdos terroristas e violentos e discursos de ódio após o ataque do Hamas a Israel. Musk também foi acusado de banir contas de jornalistas da rede social.
- Ucrânia – Musk usou o x para sugerir um “Plano de Paz para a Ucrânia, evidentemente utilizando a influência da Starlink para defender seus interesses.
- Delaware, USA – Musk iniciou uma guerra contra o estado depois que uma juíza, acatando uma ação judicial de acionistas, bloqueou o pagamento de USD 56 bilhões de pacote salarial a Musk, o maior pagamento realizado a um CEO de uma empresa de capital aberto da história.
- Bolívia – Em ano eleitoral na Bolívia Musk falou no Twitter: “Nós daremos o golpe em quem quisermos. Lidem com isso”.
- Índia – Em janeiro de 2023 o X removeu conteúdos relacionados a um documentário, da BBC que relata a repressão contra a minoria muçulmana em Gujarat. A estimativa foi de que mil pessoas mtenha sido assassinadas. Neste caso, não houve preocupação com a “Liberdade de Expressão”.
- Inglaterra – Musk entrou em atrito com as. autoridades inglesas em relação aos protestos da extrema direita que atacaram residências e comércios de imigrantes depois da proppagação de uma notícia falsa associou um assassinato a imigrantes. Musk comentou: “uma guerra civil é inevitável”.
- Brasil – Musk entra em confronto com o STF, se negando a atender à legislação do país que exigia que o X tivesse uma representação oficial no país e atendesse à deliberação de retirar do ar publicações com conteúdo de ódio e mentiras. Como sempre, a desculpa é a defesa da liberdade de expressão
Controlar o Tik Tok e o Chat GPT
A imprensa divulgou o esforço realizado pelo Congresso dos Estados Unidos e porTrump para controlar o TikTok, uma plataforma social com 170 milhões de usuários nos Estados Unidos e 1 bilhão de usuários no mundo. A alegação: o Tik Ttok poderia estar “espionando” para o governo Chinês. O interesse oculto: colocar sob controle uma rede social sobre a qual os tecno bilionários não tem controle.
Trump desenvolve uma cruzada para obrigar os proprietários a vender o app. Alguém arriscaria dizer para quem?
Na mesma linha, Musk realizou uma investida para adquirir a Open AI, criadora do Chat GPT, ou no fracasso desta opção, tentar inviabilizar o negócio. Mas ele não esperava que uma outra iniciativa independente se consolidasse: a DeepSeek
A extrema direita e as eleições no Brasil

Durante seu mandato, Bolsonaro procurou de todas as formas capturar a democracia “por dentro”. Atacou as urnas eletrônicas, o TSE e o STF, indicou ministros ao STF alinhados politicamente, abriu os cofres para o congresso em troca de apoio político e promoveu a campanha mentirosa contra “a política” e tentou de todas as formas cooptar as Forças Armadas para o seu plano.
Alimentou o sentimento belicista de seus apoiadores destruindo completamente o controle de armas aprovado pelo Congresso em legislaturas anteriores. Seu lema era: “O povo armado jamais será escravizado. Comprem suas armas”. Este lema foi utilizado diversas vezes, inclusive no dia 10 de agosto de 2022, no período eleitoral”, durante o Encontro Nacional do Agro, promovido pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Para mais de 3,5 mil agricultores, ele citou decretos editados durante seu governo que facilitaram a compra de armas.
As redes sociais foram os canais de disseminação das mentiras do denominado “Gabinete do Ódio”. Este gabinete montou uma base avançada nos Estados Unidos, procurando o apoio das lideranças de extrema direita americana como Steve Bannon.
Com a derrota nas eleições e o fracasso das diversas tentativas de golpe, Bolsonaro e seus filhos continuam a tramar para subjugar a democracia brasileira e preparam uma grande ofensiva para 2026, já contando com o apoio aberto de Musk e com a complacência de Mark Zuckerberg.O pano de fundo é o movimento para desmoralizar o STF, com o apoio de Trump (Rumble) e Musk (X).
As democracias no mundo estão ameaçadas
Não existem mais dúvidas que está em curso um movimento, encabeçado pelo novo governo dos Estados Unidos e seus aliados tecnológicos para subjugar as democracias e impor uma Nova Ordem.
Aqueles que defendem a liberdade e a democracia devem cerrar fileiras para impor os limites da lei a esse movimento, antes que uma nova Era das Sombras se estabeleça.
No Brasil, o caminho é a defesa dos interesses da população do país contra aqueles que querem tomar o poder de assalto. E o primeiro passo é o julgamento e condenação de Bolsonaro de de todos aqueles que tramaram e continuam tramando golpes contra a nossa soberania e a nossa democracia, tão duramente conquistada.
Ditadura nunca mais
Sem anistia
Bibliografia de apoio

por Steven Levitsky (Autor), Daniel Ziblatt (Autor), Renato Aguiar (Tradutor)

por George Orwell (Autor), Alexandre Pires Vieira (Tradutor)