A Tecnologia reflete o estágio do desenvolvimento científico da humanidade.
Seu uso demonstra a maturidade social que conquistamos.
O senso comum nos diz que a evolução da ciência, da tecnologia e da inovação devem ser instrumentos para promover o desenvolvimento humano. Este é fundamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável promovidos pela ONU.
Estes objetivos (17, desdobrados em 169 metas globais) foram definidos em 2015, na Assembléia geral da ONU, composta por 193 países e tinham como prazo o ano de 2030 (Agenda 2030).
“Agenda 2030 – Preâmbulo
Esta Agenda é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade.
Ela também busca fortalecer a paz universal com mais liberdade.
Reconhecemos que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.
Todos os países e todas as partes interessadas, atuando em parceria colaborativa, implementarão este plano.
Estamos decididos a libertar a raça humana da tirania da pobreza e da penúria e a curar e proteger o nosso planeta.
Estamos determinados a tomar as medidas ousadas e transformadoras que são urgentemente necessárias para direcionar o mundo para um caminho sustentável e resiliente.
Ao embarcarmos nesta jornada coletiva, comprometemo-nos que ninguém seja deixado para trás.”

A Agenda 2030 é mais do que oportuna. Ela é necessária.
O fato é que concluí-la defende de vontade política , planejamento, execução e muita determinação.
É fato que pouco avançamos para atigir suas metas e objetivos, mas este é o caminho a seguir.
Infelizmente constatamos que muito do avanço científico e tecnológico é canalizado para fins particulares, em conflito com a agenda da ONU, contra o meio ambiente e contra a humanidade.
A ciência e a tecnologia voltadas para a guerra são a completa negação deste programa. não por acaso, a ONU e seus organismos estão sofrendo um profundo desgaste e esvaziamento.
Afeganistão, Iraque, Síria, Iemen, Palestina, Ucrânia, Sudão, Somália, Mianmar… São algumas das demonstrações cruéis de que caminhamos na direção contrária à necessária

Afeganistão

Faixa de Gaza

Mianmar

Somália

Sudão

Ucrania
A Tecnologia "desumaniza" a guerra
As guerras sempre foram instrumentos de terror e destruição.
No passado, guerreiros se enfrentavam no campo de luta, o que poderia prestar ao combate alguma máscara de heroísmo.
Nosa dias de hoje, as guerras acontece à distância, utilizando drones, robôs, mísseis e ciber ataques, sem que os operadores corram quaisquer riscos (será? veremos mais adiante).
O poder destruidor destes armamentos está sedo comprovado na Palestina e na Ucrânia. Ataques de drones e mísseis podem destruir rapidamente a infraestrutura de uma região, criando o caos e o sofrimento para populações inteiras, além de provocar danos irreparáveis, como os riscos de destruição da usina nuclear de Zaporíjia.
A organização Human Rights Watch, criou uma campanha denominada Stop Killer Robots” para impedir o desenvolvimento de armas autônomas.
A questão dos custos
As guerras trazem para o país dois tipos de custos.
O primeiro tipo é o financeiro.
Os equipamentos estão se tornando cada vez mais sofisticados e geram mais custos quando exigem a operação de seres humanos. São custos de treinamento e manutenção de pessoal em tempos de paz e em tempos de guerra.
Quanto custa treinar um piloto
“The Relative Cost-Effectiveness of Retaining Versus Accessing Air Force Pilots” pela Rand Corporation

O segundo tipo de custos é o custo social.
- Na Guerra da Coréia, os Estados Unidos registraram 36.568 mortos e desaparecidos, além de 103.284 feridos.
- Com a guerra do Vietnã, além das perdas humanas, ocorreram milhares de manifestações contra a guerra, num fenômeno chamado “síndrome do vietnã”, gerando na população uma aversão à adesão dos Estados Unidos a intervenções militares.
- No Iraque e Afeganistão, os estados Unidos perderam mais militares em suicídios do que os mortos em combate. Segundo estudo da Universidade Brown, no estado de Rhode Island, o suicídio foi a maior causa de mortes entre militares e veteranos de guerra desde o 11 de setembro, superando, inclusive, os próprios combates ocorridos nas guerras.
Será então que a guerra com drones, robôs, mísseis e ciber ataques reduziriam os efeitos humanos e sociais dos conflitos? Afinal, quem se preocupa com os atacados, se não perdemos os nossos?
Alguns estudos consultados mostram que os operadores de drones e a equipe de apoio têm maiores chances de sofrer de desligamento emocional, Síndrome de Estresse Pós-Traumático (TEPT), exaustão emocional e esgotamento.
Sobre este assunto, veja também o artigo “Guerra remota com consequências íntimas: estresse psicológico em pessoal de aeronaves pilotadas remotamente (RPA) de serviço e veteranos”
Um esforço na direção certa
Não é mais possível aceitar que governos em diversas partes do mundo deem as costas às necessidades da humanidade e continuem promovendo uma escalada de guerras, miséria e destruição
É necessário que as lideranças que defendem de fato a humanidade e a preservação do planeta iniciem um movimento mundial contra as guerras e em defesa da Agenda 2030, antes que seja tarde demais.